dia de campo

a
Esqueceu a senha?
Quero me cadastrar
     18/05/2024            
 
 
    

Brasil, um país com dimensões continentais, potencial agrícola extraordinário, clima e solo favoráveis à produção e uma representatividade de 42% no PIB brasileiro devido à atividade agropecuária.  É de se imaginar que a quantidade de trabalhadores no campo de um país assim seja equivalente ao entusiasmo dessas afirmações. Melhor, acreditamos que o já considerado dito popular “em se plantando, tudo dá” se faz valer.

Porém, de tudo se plantou e tudo deu em um passado recente no caso da produção nacional de alho. Digo recentemente porque há 20 anos o mercado nacional era abastecido em 90% com alho brasileiro e gerava 180.000 postos de trabalho. Hoje, abastecendo 30% do território nacional, o setor alheiro emprega 80.000 trabalhadores. Em 20 anos muita coisa mudou. Pouca coisa se plantou e pouca coisa se deu.

Incrível mesmo é imaginar que enquanto o mundo vive a chamada “globalização”, o cotidiano das pessoas se funde com novas tecnologias, grupos organizados alertam para a necessidade de proteção ao meio ambiente, o HOMEM seja tão esquecido. Será que vivemos sem este sujeito? O HOMEM que produz, planta, colhe, que precisa de renda, emprego, casa, conforto, condições dignas familiares? A lista de suas atividades e necessidades é imensa. Além do mais, pode ser que este homem seja aquele HOMEM que põe alimento na mesa de milhares de brasileiros.  Sem ele, o alho, a batata, a cebola, o alface, o tomate, provavelmente não estariam ao alcance da maioria das pessoas, principalmente nos grandes centros urbanos. Afinal, não há estatísticas de quantas hortas existem por cada sacada de apartamento, não é mesmo?

Em 20 anos 100.000 postos de trabalhos foram extintos, milhares de mão de obra dispensadas e uma diminuição de produção de 10.000 hectares de área plantada. Estes dados não responsabilizam o produtor. Não é por sua culpa ou falta de interesse de sua parte que a produção tenha decaído tão assustadoramente. E isso se deve à abertura de mercado ao produto estrangeiro. Isso fez com que o produtor brasileiro se deparasse com a impossibilidade de competição frente ao mesmo produto importado. Em decorrência desta política de mercado, houve perda de área plantada, abastecimento e gente.

O Brasil abriu as portas e outros países não dispensaram o convite. A China, principal exportadora de alho para o mundo, entrou com tudo. Com uma história rural que revela câmbio desvalorizado, baixíssimo custo de produção, desvalorização da mão de obra e precariedade no controle de qualidade, este país ditou as regras para o mercado mundial. A entrada do produto com valores muito abaixo dos praticados em terras brasileiras, frente ao custo da produção nacional devido a pesadas cargas tributárias, altos valores na aquisição de insumos, máquinas e implementos e grandes investimentos em tecnologia, não permitiu alternativas.

O Brasil não produz o que consome. Isso é fato. Sabemos da necessidade de importações e não queremos aqui criar um impasse.  Entretanto, o que a classe produtora tem como motivo de luta é o desafio da concorrência leal dos mercados. Uma concorrência que deixe espaço para que o trabalhador rural continue no campo, vislumbre o desenvolvimento de sua atividade, tenha seus direitos trabalhistas garantidos e gere renda.

Afinal, o alho é uma cultura altamente empregadora de mão de obra. Tem um cunho social muito grande, quando emprega por cada hectare plantado 4 empregos diretos e 6 empregos indiretos. Total de 10 postos de trabalho gerados por hectare de alho plantado.

É por isso que diante dessas pessoas que dependem da manutenção, avanço e desenvolvimento da atividade não é possível cruzar os braços. É inadmissível deixar que a falta de políticas públicas e fiscalização eficiente, juntamente com a ação de alguns importadores que por intermédio de liminares não recolhem os impostos devidos à importação, a cadeia produtiva se interrompa.

Você se sente parte desse problema?

Opte pelo alho brasileiro.

Aviso Legal
Para fins comerciais e/ou profissionais, em sendo citados os devidos créditos de autoria do material e do Jornal Dia de Campo como fonte original, com remissão para o site do veículo: www.diadecampo.com.br, não há objeção à reprodução total ou parcial de nossos conteúdos em qualquer tipo de mídia. A não observância integral desses critérios, todavia, implica na violação de direitos autorais, conforme Lei Nº 9610, de 19 de fevereiro de 1998, incorrendo em danos morais aos autores.
Paulo Ferreira
08/09/2010 - 10:59
Hß muito tempo nÒo utilizo alho que nÒo seja brasileiro ( caipira de preferencia) ,pois o cheiro, o sabor e a qualidade Ú muito melhor..

Para comentar
esta matéria
clique aqui
1 comentário

Agronegócio do Alho - Artigos já Publicados

A necessária e legítima renovação do direito antidumping sobre o alho chinês
25/01/2012

China: Economia de Mercado?
10/10/2011

China impõe toque de recolher ao Brasil
05/09/2011

Inicia-se a colheita de alho no Cerrado
01/08/2011

Alho não tem rótulo nem código de barras
25/04/2011

O que esperar do mercado do alho: tendência?
19/11/2010

Conteúdos Relacionados à: Agronegócio
Palavras-chave

 
11/03/2019
Expodireto Cotrijal 2019
Não-Me-Toque - RS
08/04/2019
Tecnoshow Comigo 2019
Rio Verde - GO
09/04/2019
Simpósio Nacional da Agricultura Digital
Piracicaba - SP
29/04/2019
Agrishow 2019
Ribeirão Preto - SP
14/05/2019
AgroBrasília - Feira Internacional dos Cerrados
Brasília - DF
15/05/2019
Expocafé 2019
Três Pontas - MG
16/07/2019
Minas Láctea 2019
Juiz de Fora


 
 
Palavra-chave
Busca Avançada